sexta-feira, 27 de maio de 2016

Buscando a paz e o esquecimento



Em visita histórica a Hiroshima, Obama lamenta mortes, mas não pede desculpas
  • 27/05/2016 09h23
  • Estados Unidos
José Romildo – Correspondente da Agência Brasil








Obama cumprimenta sobrevivente da explosão em HiroshimaEPA/Kimimasa Mayama




O presidente Barack Obama fez hoje (27) visita histórica a Hiroshima, cidade japonesa destruída por uma bomba nuclear americana em 1945. Ele colocou uma coroa de flores no memorial de paz da cidade e lamentou o sofrimento de pessoas inocentes em razão do bombardeio atômico na cidade. Como Obama já havia antecipado, a visita não foi acompanhada por um pedido formal de desculpas dos Estados Unidos pelo lançamento da bomba nuclear. No entanto, o presidente norte-americano disse que não se deve “repetir os erros do passado".

Ao lado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, Obama fez uma alusão às milhares de pessoas mortas em razão do explosão da bomba nuclear. "Palavras não podem dar voz a tanto sofrimento", disse. "A memória da manhã do dia 6 de agosto de 1945 não deve nunca desaparecer", acrescentou ele, ao se referir à data da tragédia.

Saiba Mais
Obama disse que os governos devem fazer esforços para reduzir o perigo de armas nucleares. "A revolução científica que levou à divisão de um átomo requer uma revolução moral também."

O primeiro-ministro japonês também discursou no Memorial da Paz de Hiroshima para uma plateia que incluía vítimas do bombardeio atômico. "Gostaria de expressar meus respeitos ao presidente Obama por sua determinação e coragem", disse Shinzo Abe. Antes mesmo da chegada dos dois líderes, milhares de pessoas já estavam reunidas no local, aguardando a visita.

Memória
Em lados opostos durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre o Japão: em Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, quando 80 mil pessoas morreram imediatamente e um total de 140 mil pessoas morreram até o final do mesmo ano; e em Nagasaki, três dias depois, quando 75 mil pessoas morreram no mesmo dia e mais de 100 mil até o fim de 1945. Milhares de japoneses sofreram sérios problemas de saúde nos anos que se seguiram ao bombardeio, devido aos efeitos da radiação.

Seis dias depois da detonação da segunda bomba atômica sobre Nagasaki, em 9 de agosto de 1945, o imperador Hirohito anunciou que o Japão se retirava da guerra. A visita de Obama a Hiroshima é a primeira de um presidente norte-americano ao local. Em 1974, o então presidente Gerald Ford descartou visitar Hiroshima. Alegou que não queria arriscar as boas relações com o Japão. Em 2008, George W. Bush recusou a ideia da visita.

Jimmy Carter viajou para Hiroshima só após deixar a presidência. O ex-presidente Richard Nixon esteve na cidade antes de assumir o cargo. Em 2016, o secretário de Estado John Kerry tornou-se o primeiro ocupante do cargo a visitar Hiroshima e depositar uma coroa de flores em homenagem às vítimas, já preparando a visita de Obama.

Edição: Talita Cavalcante

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Obama é um exemplo para o mundo



Ao encontrar Obama, ela não aguentou a emoção e fez o que também gostaríamos de fazer










Mari Copeny  é uma garotinha de oito anos que vive em Flint, no Michigan. Indignada com a crise que envolve a saúde pública em sua comunidade, ela resolveu escrever para a autoridade máxima do seu país: o presidente Barack Obama.

“Eu sou uma das crianças afetadas por essa água, e estou fazendo o meu melhor para protestar e falar por todas as crianças que vivem aqui”, contou ela em sua carta, onde pedia ainda para encontrar o presidente quando fosse a Washington.

Desde 2014, a água que sai das torneiras da cidade é turva e contaminada com alta concentração de agentes tóxicos. De acordo com a Reuters, o problema todo foi causado por uma falha do governo, que não soube tratar a água corretamente.

Obama esteve lá na quarta-feira (4) e, além de beber a água da cidade para assegurar à população que a situação está sob controle, também encontrou Mari.

O encontro já estava combinado desde o final do mês passado, quando Obama respondeu à carta da jovem.

“Você está certa ao dizer que os presidentes são geralmente ocupados, mas a verdade é que, na América, não há nenhum título mais importante do que o de cidadão. E eu estou muito orgulhoso que você esteja usando sua voz para falar em nome das crianças de Flint.”

A jovem, que conheceu Obama, também foi citada no discurso do presidente que comentou a gravidade da situação da comunidade, uma das com maior número de moradores afro-americanos. “Eu ficaria feliz de encontrar Mari em Washington, mas quando algo assim acontece, uma jovem menina não deve ir para Washington para ser ouvida. Eu pensei que seu presidente deve vir a Flint para encontrar com ela”.