Quando
expectativa econômica cai, venda de cachaça dispara
.
São Paulo
- Para esquecer da crise, o brasileiro está bebendo - cachaça, mais
especificamente.
Um estudo do PeopleScope divulgado recentemente
pelo Ibope DTM, unidade do IBOPE Inteligência e do SPC Brasil, encontrou uma
correlação que foi batizada de
"Índice da Cachaça".
Quanto menor a expectativa do consumidor, medida mensalmente pelo IBOPE
Inteligência e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pelo Índice
Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), mais garrafas de cachaça são
vendidas em 3 redes varejistas monitoradas no Sudeste.
Em dezembro de 2015, quando o INEC acumulava queda
de 11,8% em relação ao mesmo período de 2014 e estava 12,2% abaixo de sua média
histórica, as vendas de garrafa de cachaça chegaram ao seu maior nível.
O PeopleScope dividiu a população brasileira
em 13 macrosegmentos e 42 segmentos e encontrou o "efeito cachaça" em
todos e independente de classe, mas em diferentes intensidades.
"As pessoas trocaram o lazer externo pelo
interno", diz Bernardo Canedo, presidente executivo do Ibope DTM. Ele diz
que o efeito é maior com a cachaça mas também foi visto em outras bebidas.
De 7 categorias de produtos vendidos no mercado, a
que engloba bebidas, frutas, legumes e verduras foi a única cujos gastos
subiram em 2015 na comparação com o ano anterior.
Enquanto a quantidade de itens comprados caiu 4,6%,
o valor médio gasto com alcoólicos subiu 1,1% e a ida ao mercado para
comprá-los aumentou 4,4%.
“O aperto financeiro nos últimos anos no país
obrigou o brasileiro a ajustar seus gastos, mas alguns itens quase sempre
observam um aumento no ticket médio, ajustado pela inflação no período”, diz
Roque Pellizzaro, presidente do SPC Brasil.