quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ainda há tempo?



Combate às alterações do clima reúne líderes no Marrocos






  • 16/11/2016 10h31
  • Lisboa
Marieta Cazarré - Correspondente da Agência Brasil
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e outras lideranças estão em Marrakech, no Marrocos, participando da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP22). Costa disse que o maior desafio que o mundo enfrenta atualmente é o combate às alterações do clima.

“A Europa deve prosseguir, os países desenvolvidos têm de prosseguir [com a implementação de ações de combate às alterações climáticas] e a solidariedade com os países em vias de desenvolvimento, designadamente em relação aos países africanos, é absolutamente essencial”, afirmou.

“Este é um desafio que não permite mais adiamentos, porque todos os dias a ameaça é maior. Por isto, é prioritário desenvolver novas políticas de mobilidade, lançar a reabilitação urbana para a melhoria da eficiência energética e trabalhar no sentido do desenvolvimento das energias renováveis”, disse Costa.

Ele também falou da importância de todos os países cumprirem com o compromisso assumido na COP21, em Paris, ano passado. “Se um dos países segue um caminho de retrocesso, por muito importante que esse país seja, como os Estados Unidos, a pior coisa que poderia acontecer era nos deixar contaminar porque então aconteceria um retrocesso generalizado”.

“Seria uma enorme decepção se algum dos países mais desenvolvidos do mundo, nomeadamente os Estados Unidos, recusasse agora o compromisso assumido, mas não podemos ficar todos bloqueados por uma decisão errada de um país”, concluiu Costa.

Combate às alterações climáticas
Desde o último dia 7, centenas de delegações e líderes mundiais estão em Marrakech para debater a implementação do acordo para o combate às alterações climáticas alcançado em Paris, em dezembro de 2015. O encontro segue até a próxima sexta-feira (18).

O Acordo de Paris, como ficou conhecido, estabelece um plano global para manter o aumento da temperatura abaixo dos 2°C e entrou em vigor em 4 de novembro de 2016.
Durante a conferência, as delegações debatem os planos nacionais e como eles serão implementados. São discutidos, ainda, o reforço da ação climática até 2020, quando a maioria dos planos nacionais será posta em ação; e o acesso dos países em desenvolvimento a financiamento e apoios, como a transferência de tecnologias.

Portugal pretende seguir um percurso de descarbonização total (eliminar as emissões de carbono) da economia até 2050. Para alcançar esta meta, está prevista a revisão do Roteiro Nacional de Baixo Carbono, iniciativa assinalada no Acordo de Paris e com data de conclusão até 2018.
Edição: Kleber Sampaio
 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Ainda mais sofrimento

Advogados pedem libertação de afegã símbolo de refugiados
  • 01/11/2016 15h53
  • Brasília








Da ANSA
Os advogados de Sharbat Gula, refugiada afegã imortalizada em uma capa da revista National Geographic em 1985, pediram nesta terça-feira (1º) a um juiz de Peshawar, no Paquistão, sua liberdade provisória e disseram que ela sofre de hepatite C.
Gula foi presa no último dia 26 de outubro, acusada de falsificar o documento de identidade paquistanês, que não pode ser portado por estrangeiros. Um dos defensores da afegã afirmou na primeira audiência sobre o caso que a mulher é mãe de quatro filhos e a única responsável por sustentá-los.

Além disso, os advogados lembraram que ela estava para voltar ao Afeganistão, após mais de 30 anos vivendo como refugiada. Gula é investigada desde 2015, quando a polícia descobriu que ela residia no Paquistão usando documentos falsos com o nome de Sharbat Bibi.

A refugiada aguarda julgamento em uma prisão feminina e pode pegar até sete anos de cadeia. Gula foi retratada pelo fotógrafo Steve McCurry em 1984, quando havia acabado de chegar ao campo de acolhimento de Peshawar, fugindo da guerra soviética no Afeganistão.

Na época, ela tinha apenas 12 anos, e a foto estampou a capa da "National Geographic" em junho de 1985. Seu olhar intenso voltado à câmera fez com que ela fosse chamada de "Mona Lisa do Terceiro Mundo".

Depois de 17 anos, em 2002, McCurry a reencontrou vivendo no campo de refugiados de Nasir Bagh, também no Paquistão, e a fotografou novamente. O retrato foi publicado na mesma revista e a mostra com os olhos magnéticos que a tornaram famosa no mundo inteiro.
Após tomar conhecimento da prisão de Gula, o fotógrafo disse estar disposto a fazer "todo o possível" para dar assistência legal à refugiada e a sua família. "Eu me oponho a essa ação das autoridades nos termos mais fortes. Ela sofreu durante sua vida toda, e sua prisão é uma clara violação de seus direitos humanos", escreveu McCurry no Instagram.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o Paquistão é o segundo país que mais abriga essa categoria de deslocados em todo o mundo, com 1,6 milhão de pessoas, atrás apenas da Turquia, com 2,5 milhões.

Por outro lado, o vizinho Afeganistão é a segunda principal nação de origem de refugiados no planeta, com 2,7 milhões, perdendo somente para a Síria, com 4,9 milhões. 
Edição: Da Agência Brasil
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