sábado, 27 de janeiro de 2018

Guerra ainda



Questão sobre armas químicas causa desconfiança sobre negociações de paz sírias em Viena
2018-01-26 15:37:24portuguese.xinhuanet.com




Damasco, 25 jan (Xinhua) -- As conversas sírias em Viena começaram na quinta-feira com um encontro de abertura entre a delegação do governo e o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, em uma nova escalada sobre a questão das armas químicas sírias.

A delegação do governo para as negociações de Viena, liderada pelo representante permanente da ONU da Síria, Bashar al-Jaafari, realizou uma reunião com De Mistura, dizendo que a nova rodada de conversações de paz ocorre em um "momento crítico", informou a agência de notícias estatal SANA.

Em dezembro, a última rodada de negociações em Genebra terminou sem alcançar nenhum progresso, já que o governo e as delegações da oposição não conseguiram chegar a nenhum acordo sobre a complexa questão sobre o papel do presidente Bashar al-Assad no período de transição.

A nova rodada de negociações visa as questões constitucionais na Síria entre as partes em conflito, em preparação para a plena implementação da resolução 2254 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, um texto apoiado internacionalmente que busca eleições supervisionadas pela ONU na Síria.

Em 18 de janeiro, o representante de De Mistura, Ramzi Ezzedine Ramzi, disse durante uma visita a Damasco que o governo sírio concordou em participar das negociações sírias planejadas em Viena, na Áustria.

Ramzi esperava um engajamento positivo nas negociações de Viena, ligando o sucesso das negociações de Viena com o sucesso das negociações de Sochi na Rússia.
"Estamos ansiosos para um envolvimento construtivo de todos os lados da Síria, quer seja da delegação do governo ou da oposição porque, sem dúvida, o sucesso das negociações de Viena é o sucesso das conversas de Sochi", afirmou.

Na quarta-feira, o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, disse que não havia sinal de uma solução política para a Síria além das negociações de paz lideradas pela ONU em Viena, acrescentando que elas eram a "última esperança".

"Hoje, não há uma perspectiva política que se apresente, além da reunião que será realizada em Viena amanhã, amparada pelas Nações Unidas, onde os rivais estarão presentes e onde esperamos que uma agenda de paz seja planejada", ele disse.

No entanto, o governo sírio põe mais esperança nas próximas negociações sírias apoiadas pela Rússia, programadas para acontecer na cidade turística russa de Sochi, no final deste mês.

O Ministério das Relações Exteriores da Síria disse que a França e outras potências ocidentais estão visando descarrilar as próximas negociações de Sochi, revogando a questão das armas químicas sírias.

Na terça-feira, a França anunciou que estava sancionando 25 pessoas e empresas sobre as suas supostas ligações com o programa de armas químicas da Síria, um dia depois que ativistas alegaram que as forças sírias usaram cloro em um ataque contra o campo de Ghouta Oriental de Damasco, causando dificuldades respiratórias em 21 pessoas.

Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, acusou o governo sírio de usar armas químicas em seus ataques, dizendo que a Rússia, o aliado chave do governo da Síria, tem a responsabilidade final.

"A Rússia, em última análise, é responsável pelas vítimas do Ghouta Oriental e inúmeros outras Sírias por armas químicas desde que a Rússia se envolveu na Síria", disse Tillerson.

Na terça-feira, a França e os EUA, bem como outros 22 países, concordaram com uma iniciativa para trabalhar mais estreitamente para atacar os que estão por trás dos ataques de armas químicas e impor as sanções necessárias.

Em novembro passado, a Rússia vetou uma resolução escrita nos EUA no Conselho de Segurança da ONU, que foi projetada para estender a investigação internacional sobre o uso de armas químicas na Síria.

Os EUA acusaram o governo sírio de usar armas químicas em um ataque contra o povo rebelde de Khan Sheikhun, em abril de 2017, que alegadamente matou 90 pessoas.

O governo sírio, no entanto, negou categoricamente as acusações, dizendo que rebeldes em Khan Sheikhun encenaram os ataques.

Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse em uma declaração que Washington está tentando desviar a investigação objetiva dos ataques químicos, pois não está interessada em identificar aqueles que são verdadeiramente responsáveis pelos ataques.

A França e os EUA têm como objetivo complicar as negociações de Sochi, e isso irá interromper completamente o processo de diálogo na Síria, uma vez que não se adequa ao interesse dos EUA, afirma o comunicado.

Também na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores sírio respondeu em uma declaração que as acusações francesas e norte-americanas são "parte da política metódica contra a Síria".

Damasco sempre foi totalmente cooperativa e forneceu tudo que foi necessário para conduzir uma investigação imparcial, objetiva e profissional sobre o uso de armas químicas, disse o ministério.

O Ocidente pretende obstruir a investigação e exercer vários tipos de pressão sobre as equipes de investigação para politizá-la, porque uma investigação transparente e objetiva não servirá os panos do Ocidente na Síria, explicou.

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