Triplo
atentado suicida mata pelo menos 30 pessoas na Nigéria
Publicado em 17/06/2019 - 08:07
Por RTP
(emissora pública de televisão de Portugal) Abuja (Nigéria)
Um triplo
atentado suicida, atribuído ao grupo jihadista Boko Haram, nesse domingo (16),
deixou pelos 30 mortos e mais de 40 feridos no nordeste da Nigéria, informaram
hoje (17) os serviços de segurança do país.
De acordo
com as mesmas fontes, este foi um dos atentados mais graves praticados pelo
grupo islamita naquela região.
"Por
agora, registramos 30 mortos e mais de 40 feridos", disse à agência
francesa AFP Usman Kachalla, responsável local pelos serviços de segurança.
Três
suicidas acionaram explosivos ontem à tarde, em frente a um centro de futebol,
onde dezenas de pessoas viam um jogo na aldeia de Konduga, a 38 quilômetros de
Maiduguri, capital do estado de Borno.
O
atentado ocorre quase uma semana depois de o presidente nigeriano, Muhammadu
Buhari, ter prometido retirar da pobreza 100 milhões de pessoas e melhorar
segurança do país, que sofre devido ao terrorismo jihadista do Boko Haram.
"Com
liderança e motivação, podemos livrar da pobreza 100 milhões de nigerianos em
dez anos", disse Buhari, durante discurso em Abuja para comemorar a
restauração da democracia em 1999 no país mais populoso da África, com quase
200 milhões de habitantes.
Buhari,
que foi empossado no mês passado depois de ser reeleito nas eleições de 23 de
fevereiro, chegou ao poder em 2015 com a promessa de acabar com o terrorismo do
Boko Haram. Ele afirmou, na semana passada, que continuará a luta contra os jihadistas.
O
presidente lembrou que, em 2015, o grupo terrorista "poderia atacar
qualquer cidade, incluindo a capital federal", Abuja, ao contrário de que
ocorre hoje.
Ele
admitiu, no entanto, que "alguns desafios" persistem nas áreas
rurais, onde os jihadistas cometem ataques e sequestros.
O grupo
Boko Haram foi criado em 2002, no nordeste da Nigéria, por Mohameh Yusuf, após
o abandono do norte do país pelas autoridades.
Inicialmente,
seus ataques eram dirigidos à polícia nigeriana, uma vez que representava o
Estado. No entanto, desde a morte de Yusuf, em 2009, o grupo passou a ter uma
abordagem mais radical.
Desde
então, o Boko Haram matou mais de 20 mil pessoas e deixou mais de 2 milhões de
deslocados, de acordo com as Nações Unidas.
Em 2015,
com a filiação ao autoproclamado Estado Islâmico, o grupo adotou também a
denominação Estado Islâmico na África Ocidental.
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